Como engajar os alunos para a aprendizagem

Escrito por 
Karina N. Tomelin
Publicado 
10/1/2023
E

xistem vários motivos para nos preocuparmos com os desafios de reter informações e conteúdos e, a maioria é associada à Era Digital, a qual vivemos, que dificulta o processo de aprender, reter conhecimentos, gerando o que chamamos de "curva do esquecimento". Escolhi três para tratar aqui. O primeiro é o excesso de informação ao qual estamos submetidos diariamente. O conhecimento e dados do mundo crescem a um nível exponencial.

Buckminster Fuller, nos anos 80, descreveu a velocidade da mudança da seguinte forma: para o conhecimento da humanidade dobrar pela primeira vez, foram necessários 1500 anos. Na segunda, levou 250 anos. Ao final da 2° Guerra Mundial, levava 25 anos. Hoje, estima-se que ele dobre a cada 12 horas.   

Essa “infotoxicação”, por exemplo, gera uma carga cognitiva maior do que a que possamos processar. O psicólogo australiano John Sweller traduziu como sobrecarga cognitiva a capacidade limitada que temos de processar muitas informações ao mesmo tempo, prejudicando a memória e concentração, e, consequentemente, o potencial de aprendizagem.

Outro fator está relacionado ao aumento da capacidade de processamento e memória dos computadores e outros dispositivos. Como eles funcionam como uma extensão do nosso corpo, expandem nossa capacidade de lembrar e receber dados, como guardar números telefônicos, registrar compromissos na nossa agenda, lembrar nomes de pessoas, ou seja, os recursos tecnológicos passam a fazer isso por nós! O efeito Google também é parecido, já que trata da tendência de retermos cada vez menos informações, por acreditar que todas as respostas estão disponíveis na internet ou em base de dados. Isso faz com que nosso cérebro deixe de se preocupar em armazenar conhecimento, por confiar nos bancos de dados digitais. Apesar de estar relacionado ao maior buscador de conteúdo, o efeito se relaciona a qualquer atividade de busca e armazenamento, deixando-nos cada vez mais dependentes destes recursos.

E, por fim, o novo hábito de fazer várias coisas ao mesmo tempo mudou nossa forma de trabalho, com foco em uma ou duas atividades. Hoje, enquanto estamos executando uma tarefa, como a leitura de um texto, recebemos um e-mail, uma mensagem no celular, uma notificação das nossas redes sociais e um telefonema, diminuindo nossa capacidade de memória e até de decisão. Assim, o multitasking, ou fazer várias coisas ao mesmo tempo, tem impactado na qualidade do processamento da nossa memória.

Diante de tanta informação, o professor, muitas vezes, precisa ser o curador do conteúdo. Ajudar a selecionar, filtrar e indicar para que o esforço do aprender seja focado no que realmente importa. Acredito que algumas estratégias possam contribuir, como o microlearning, que é uma solução que propõe aprendizagem focada, condensada e pontual. É uma abordagem educacional que permite o aprendizado contínuo e diário, com objetividade e rapidez, já que os conteúdos são selecionados e desenvolvidos para entregar ao estudante o que de fato é essencial. Além disso, ele diminui a sobrecarga cognitiva no processo de aprendizagem, focando a concentração e a memória no que realmente é relevante e associa o design da aprendizagem ao conteúdo, tornando-o mais lógico e atraente.  

O microlearning é entregue em pequenos pedaços, envolvente e direcionado.  Transmite porções de conhecimento, em um curto espaço de tempo. Dentre suas principais características estão o acesso rápido, a linguagem dialógica, a entrega just in time, ou seja, para o que o estudante realmente precisa, de forma ágil, relevante, condensada, focada, versátil e atual. É uma opção para os professores.

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