ariane Wolf (2019) publicou o livro “O cérebro no mundo digital”, em que discute os desafios e mudanças da leitura na nossa Era. Pesquisadora há mais de 10 anos sobre o cérebro leitor, ela afirma: “seres humanos não nasceram para ler”. A aquisição desta habilidade é uma das grandes façanhas do Homo Sapiens. Tal ato acrescentou um circuito inteiramente novo no nosso cérebro, mudando conexões e transformando a natureza do pensamento humano. Assim, para ela, é um erro achar que a leitura é um ato natural e simples aos seres humanos, como a linguagem oral. Para a maioria de nós, essa invenção cultural precisa ser ensinada.
A Era Digital, no entanto, está impondo mudanças na nossa forma de ler. Ao mesmo tempo em que nunca se leu tanto, a velocidade das informações e a leitura fragmentada têm afetado a cognição, especialmente dos mais jovens. O ler apressado, quando normalizado, torna-se um problema, já que piora nossa capacidade de entendimento e análise.
Ter essa compreensão sobre o nível de leitura e a qualidade do pensamento dos nossos alunos é fundamental. Por isso, estimular o estudo profundo, organizado e interpretativo é tão necessário.
Seja por meio de livros físicos ou virtuais, existem algumas formas de estimular a leitura na sala de aula. Selecionei sete dicas, aqui, para os professores:
1. Comece por você. O que está lendo? O que gosta de ler? Quando e onde lê? Descubra sua leitura favorita.
2. Experimente ler livros físicos e virtuais.
3. Demonstre aos estudantes seu gosto pela leitura, citando autores, obras e pensamentos.
4. Introduza a leitura na sua aula, seja de um pequeno trecho ou solicitando esse hábito em casa.
5. Selecione livros que estejam conectados com o perfil de estudantes da sua turma.
6. Ensine-os a ler de forma aprofundada, interpretando, compreendendo e sintetizando as ideias do autor.
7. Associe a leitura a alguma atividade como: sarau, criação de blogs, utilizando arte, teatro ou tecnologias.