tualmente o conceito de crenças limitantes tem sido bastante explorado em diferentes áreas profissionais. Resumidamente tratam de interpretações e pensamentos que consolidamos como verdades e mobilizam nosso comportamento garantindo a sua materialização. Esse conceito vem da Psicologia Comportamental: crenças irracionais. O psicólogo Albert Ellis elaborou um modelo para explicar como os eventos externos e internos poderiam ser interpretados e modulavam nosso comportamento:
A (eventos internos ou externos) + B (crenças: filtro interpretativo) = C (consequências emocionais das interpretações).
Essas crenças irracionais acabam ditando nossas emoções e decisões, organizando nosso relacionamento com o mundo e com os problemas que surgem. Ele indicou algumas crenças que são comuns entre as pessoas, veja algumas:
“O ser humano adulto sente uma necessidade extrema de ser amado e aprovado por praticamente todas as pessoas significativas da sociedade.”
“Para se valorizar, a pessoa deve ser muito competente, suficiente e capaz de realizar qualquer coisa em todos os aspectos possíveis.”
“Algumas pessoas são desprezíveis, más, infames e deveriam ser seriamente responsabilizadas e punidas pela sua maldade.”
“É terrível e catastrófico que as coisas não saiam como você gostaria que fossem.”
“É mais fácil evitar do que enfrentar certas responsabilidades e dificuldades da vida.”
“A história passada é um determinante decisivo do comportamento atual; algo que já aconteceu anteriormente e o traumatizou deve continuar a afetá-lo indefinidamente.”
“Você sempre tem que manter o controle e buscar a perfeição.”
O que importa não são os fatos, mas o significado que esses fatos têm para cada pessoa. — Albert Ellis
O problema das crenças irracionais é que elas estão arraigadas em nossa mente e comportamento, de forma que agimos e pensamos sem muitas vezes duvidar sobre a origem motivadora de tal ação ou pensamento.
Elas fazem parte do nosso cotidiano e regulam nossa forma de pensar e agir também no nosso trabalho. Na sala de aula por exemplo, nós professores podemos ser tomados por algumas dessas crenças que são reproduzidas como verdades, sem nos darmos conta disto ou saber de ondem surgiram. Selecionei algumas que ouvi de professores durante a minha jornada e compartilho aqui com vocês:
Se os alunos não se interessam pela minha aula, é porque não gostam de mim. Quando deixo os alunos mais à vontade no processo de ensino e aprendizagem posso não ser rígido o suficiente. Se tratar meus alunos como trato meus amigos, gostarão mais das minhas aulas. Se proponho aulas muito divertidas, posso não estar preparando o aluno para um futuro mais desafiador. Se os alunos não aprendem é porque não gostam da escola. Se fizer avaliações mais difíceis os estudantes valorizarão mais a minha disciplina. Como sou imigrante digital, tendo a ter menos habilidades digitais. A docência é uma profissão difícil e muito mal remunerada. As crenças limitantes normalmente geram pensamentos rápidos e automáticos, distorcidos da realidade o que prejudicam a sua identificação.
Um dos passos, ao identificar pensamentos que possam ser crenças que governam seus comportamentos, é avaliar sobre sua consistência, importância e consequência.
Então comece por:
1. Listar suas crenças
2. Questionar sua consistência, levantando hipóteses
3. Identificar como elas gerenciam seus comportamentos
3. Vigiar sua incidência e quando ocorrem.