A dis.morfia ou forma alterada, trata, em resumo, da visão modificada que muitas pessoas têm delas mesmas. Esse conceito, na área da Psicologia, chama-se dismorfia corporal. Ou seja, um transtorno que manifesta preocupação excessiva pelo corpo, muitas vezes distorcida por uma percepção de um defeito exagerado. Na maioria das vezes há uma supervalorização de características ou mesmo um equívoco, onde a pessoa vê defeitos que não existem. Em resumo, se caracteriza justamente pela percepção alterada de si mesmo: quando o que a pessoa enxerga no espelho não condiz com a realidade.
Tomando emprestado esse conceito, passei a mobilizá-lo para outras áreas entre elas a profissional. Neste campo, vejo duas formas de distorção. Uma delas em que o profissional não se vê capaz para assumir determinadas tarefas ou funções por não enxergar ou valorizar suas habilidades e competências. A outra, pelo contrário, de profissionais que supervalorizam suas habilidades e competências, com excesso de autoconfiança, sentindo-se aptos a assumir funções para as quais ainda não estão preparados.
Nos dois casos, há a dismorfia profissional, já que em ambos, a pessoa parece não ter a “noção” real de suas habilidades e competências, ou diminuindo-as ou supervalorizando-as.
Longe de patologizar os processos de trabalho, acho que já temos doenças demais, o intuito aqui foi jogar com as palavras e trazer luz a um tema que me parece presente no ambiente profissional e talvez exija cuidado e atenção.